Onipotente

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ONIPOTENTE
(André L. Soares)
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Oh Deus, Senhor do Universo
Nada em Ti se traduz impossibilidade
Inda que a nós pareça tão difícil
Podes tudo fazer e desfazer
Ontem, hoje e sempre
Tens na mão o passado, o presente e o futuro
E a cada querer Teu o tempo arde
Nada longe de Ti nos é seguro
Toca – então – o coração do homem
E agracia este ser com Tua bondade

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Equilíbrio


(Ensemble II Richard Henson)
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EQUILÍBRIO
(André L. Soares)
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Nem tudo é alegria, como nos contos de Lobato.
Nem é só pessimismo, tal afirmara Nietzsche.
Nem tudo é igual, como sonhora Luther King.
Nem é só diferença, quanto supusera Hitler.
Nem tudo é fartura, como na utopia de Morus.
Nem é só carência, tal previa Malthus.
Nem tudo é libido, como na ciência de Freud.
Nem é tão político, quanto queria Brecht.
Nem tudo é esperança, como na coluna Prestes.
Nem é só autoritarismo, tal ordenara Vargas.
Nem tudo é união, como na imaginação de Lennon.
Nem é tão solitário, quanto o via Jean-Paul Sartre.
Nem tudo é amor, como nos sermões de Cristo.
Nem é só ódio, tal no fogo de Herodes.
Nem tudo é simplicidade, como a arte de Fellini.
Nem é tão complexo, quanto explicara Einstein.
Nem tudo é perseverança, como o amor de Tereza.
Nem é só vingança, tal bradara Khomeini.
Nem tudo é beleza, como nas telas de Van Gogh.
Nem é tão banal, quanto dizia o velho Sade.
Nem tudo é glorioso, como a história de Pelé.
Nem é só fé, tal filosofava Baha-ula.
Nem tudo é felicidade, como nos filmes da Disney.
Nem é tão mau, quanto pensara Kierkegaard.
Nem tudo é pacifismo, como na ação de Gandhi.
Nem é tão bélico, tal hoje aspira Bush.
Nem tudo é primavera, como previa Nostradamus.
Nem é tão fácil, quanto ainda pensa Lula.

É que entre o preto e o branco
Há milhões de furta tons, e há ainda outras tantas cores.
E entre o desprezo e a veneração
Há mil formas de paixão, e muito mais formas de amores.
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André L. Soares – Equilíbrio.